Manuel Moreira Duarte de Matos (1832 - 1879)

Cavaleiro da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1867)

Manuel Moreira Duarte de Matos nasceu em Alfena, no lugar da Várzea, em 10 de Janeiro de 1832, segundo filho dos nove do casal António Moreira Duarte e Ana Moreira da Silva Matos. Neto paterno de Fernando Moreira Duarte e de Antónia de Paiva e materno de Jerónimo José da Silva e de Maria Moreira. Os avós paternos residiam na Várzea – Alfena, enquanto que os maternos residiam em Santa Cristina – Folgosa).

Foi baptizado na Igreja Paroquial de Alfena, no dia seguinte, pelo Reitor José Ferreira de Azevedo, sendo padrinhos o avô materno, Jerónimo José da Silva e a tia materna Brízida Moreira, ambos residentes em Santa Cristina – Folgosa.

No dia 31 de Outubro de 1842, foi-lhe concedido o seu primeiro passaporte, por 30 dias, para o Rio de Janeiro – Império do Brasil, onde consta ter 11 anos, estatura regular, rosto comprido, cabelo, sobrancelhas e olhos castanhos, nariz e boca regulares e cor “natural”, bem como a ausência de sinais particulares. Rumou para o Brasil, para junto do seu tio materno, Francisco José da Silva Matos.

Casa antiga da Quinta da Várzea

Casou na Capela de Santo Ovídio (Santa Cristina – Folgosa), no dia 2 de Setembro de 1855, com sua prima direita, natural do Sacramento da Sé – Rio de Janeiro e residente em Santa Cristina – Folgosa (filha do seu tio materno Francisco José da Silva Matos), Maria Amália da Silva Matos, no final da Festa de Santo Ovídio, em cerimónia presidida pelo Abade de São Salvador de Folgosa, José Maria de Vasconcelos e “na presença dos Reverendos José da Silva e Sousa e António Marques de Sousa e grande concurso de povo que acabara de assistir à Festa“.

No dia 20 de Outubro de 1855, foi-lhe concedido passaporte, por 30 dias, a si e a sua esposa, para o Rio de Janeiro – Império do Brasil, onde consta ter 24 anos, altura de 58 polegadas (1,47m), rosto comprido, cabelo, sobrancelhas e olhos castanhos, nariz e boca regulares e cor “natural”, bem como a ausência de sinais particulares.

Em 12 de Agosto de 1856, no Rio de Janeiro, nasce a sua filha Leopoldina, sendo baptizada em 13 de Dezembro, na Igreja da Candelária.

Em 15 de Fevereiro de 1857, na Igreja da Candelária – Rio de Janeiro, é baptizado António, adulto da Nação Moçambique, escravo de Manuel Moreira Duarte de Matos.

Em 7 de Setembro de 1860, estando de visita a Portugal e hospedado no Paço da Marquesa, no Porto, falece a sua filha Leopoldina Moreira Duarte de Matos, de 4 anos.

Em 7 de Junho de 1861 assina, com 1420 portugueses, uma representação contra o Cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, publicada no Diário do Governo de 9 de Outubro desse ano, pedindo a substituição do Cônsul, pedido que foi atendido por D. Pedro V.

Em 7 de Setembro de 1862, na Igreja de São José – Rio de Janeiro, é padrinho, com sua esposa, do seu sobrinho Luís Napoleão, nascido a 11 de Agosto, filho de sua irmã Maria Moreira da Silva e seu cunhado Custódio José Vilaça.

Em 21 de Dezembro de 1862, estando no Brasil, por procuração a seu pai António Moreira Duarte, é padrinho, com sua esposa, do seu sobrinho Manuel, nascido a 18, filho de sua irmã Albina Moreira da Silva Matos e seu cunhado Francisco Martins Ferreira, sobrinho que viria a ser o Comendador Manuel Martins Ferreira de Matos.

Em 22 de Abril de 1865 é-lhe concedida a nacionalidade Brasileira.

Em 8 de Outubro de 1865, na Igreja da Lapa dos Mercadores – freguesia da Candelária – Rio de Janeiro, é padrinho, do seu sobrinho Manuel Joaquim, nascido a 8 de Agosto, filho de sua irmã Brízida Beatriz da Silva Matos e seu cunhado Baltasar Ribeiro de Matos.

Capela de Santo Ovídio, a antiga Igreja Paroquial de Santa Cristina do Coronado (Santa Cristina - Folgosa)

Em 28 de Maio de 1867, sendo negociante na Praça do Rio de Janeiro, é agraciado, por D. Luís, o título de Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em atenção às suas circunstâncias e ao importante serviço que acaba de prestar a favor da instrução pública, oferecendo um valioso donativo a fim de se construir uma casa para estabelecimento de uma escola de ensino primário na freguesia de Alfena, concelho de Valongo. (Diário de Lisboa – Folha Oficial de 28 de Outubro)

O donativo seria, no entanto, desbaratado pela Câmara Municipal de Valongo, sendo o seu sonho finalmente concretizado, em 1927, pelo seu sobrinho o Comendador Matos.

Algures entre 1863 e 1867, fica viúvo de Maria Amália da Silva Matos e casa, no dia 31 de Agosto de 1867, na Capela de N. Sra. da Glória do Outeiro – freguesia da Candelária – Rio de Janeiro, em segundas núpcias, com Maria Rosa Ferreira Calão Matos.

Em 19 de Janeiro de 1868, estando no Brasil, por procuração a seu pai António Moreira Duarte, é padrinho, com sua segunda esposa, do seu sobrinho Vicente, nascido a 15, filho de sua irmã Albina Moreira da Silva Matos e seu cunhado Francisco Martins Ferreira.

Faleceu em 3 de Fevereiro de 1879, no lugar de Santa Cristina, freguesia de Folgosa – Maia, detendo a dupla nacionalidade, Portuguesa e Brasileira. Foi sepultado no Cemitério Paroquial de Alfena.

Em 17 de Fevereiro de 1880 já era falecido, tendo a viúva, Maria Rosa Calão Matos, residente no Brasil, sido notificada por edital no âmbito do processo sucessório de sua mãe Ana Moreira da Silva Matos, cujo óbito havia ocorrido em 29 de Agosto de 1876, em Santa Cristina – Folgosa.

Insignia da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa