Razão de ser da designação

 

«É tradição que houve aqui no século VIII uma grande batalha contra os árabes, na qual entraram sete condes, e que d’ella lhe provém o nome; fundando-se em que alfena significa batalha, o que não é exacto, pois só significa planta. Enganam-se com a palavra árabe alhellaalfella, que significa acampamento ou arraial; mas não combate.

É pois incontestavelmente a palavra árabe alhenna (alfena). São as folhas de um arbusto semelhante à murta. No Oriente, tanto christãos como mahometanos, costumam, por ocasião de festa, amassar o pó d’estas folhas e cobrir as mãos e pés com esta massa, envolvendo-a em pannos, desde a noite até pela manhã. Quando se levantam sacodem o pó, e untam os sítios em que elle esteve, com azeite. Os membros assim preparados, adquirem uma cor encarnada que dura 15 a 20 dias (não saindo ainda que a lavem). Só porém as mulheres e creanças usam d’este enfeite. Os velhos, principalmente príncipes e grandes, tingem os cabellos da barba, com água d’estas folhas, o que lh’os torna encarnados.»

Pinho Leal, in «Portugal Antigo e Moderno» (1873)

É pois na palavra árabe AL HENNA que designa um arbusto muito comum na nossa Cidade (o alfenheiro, ou alfena, ou em latim ligustrum vulgare) que nos inspiramos para designarmos a nossa Associação. Aliás, a identificação desta planta com a nossa Cidade é tamanha, que no brasão de armas se encontram representadas dois ramos de alfenheiro, um florido e outro frutado.