Paróquia de Santa Maria de Águas Santas
Aldeia de Rebordãos e Castelo da Terra da Maia
Inquirições de D. Afonso III (1258)
Aqui começa a inquirição da aldeia chamada de Rebordãos e dos paroquianos de Águas Santas.
Dom Facundo, jurado e questionado de quantos casais havia naquele lugar, disse que nove, e são todos de Águas Santas (1) e ficam no Couto de Águas Santas. E ele disse que todos esses homens deste Couto trabalham cada leira regalenga nos limites do Castelo da Maia (2) e dão dali uma terça parte de toda a produção.
Da mesma forma, ele disse que no Castelo da Maia havia quatro casais, e são do Senhor Rei. E disse que de lá dá, cada casal, a terça parte de toda a produção, e dão de renda, anualmente, ao Senhor Rei, um quarto de morabitino, cada, e dão meia taiga de trigo, e um frango, e dez ovos, e um cordeiro, e uma espátula de porco com nove costelas, e cada queijo, e uma coluna de manteiga, e duas taigas e meia de milho, e duas taigas e meia de colheita, cada um por si.
Dom Julião, Pedro Durães, Miguel Durães, Lourenço Fagundes, Paio Pires, Domingos Trebolo, (3) todos fizeram este referido testemunho, palavra por palavra, cada um por si, como o primeiro.
(traduzido a partir do latim original do Portugaliae Monumenta Historica – Inquisitiones, fl 504 e 505)
(1) Comenda de Águas Santas da Ordem do Santo Sepulcro (mais tarde, da Ordem dos Hospitalários ou de Malta).
(2) Castelo da Terra da Maia (Castelli Madie), a cabeça da Terra da Maia, situado numa elevação no lugar da Maia (freguesia de Águas Santas), junto à estrada medieval do Porto para Guimarães (onde hoje se localiza a «Quinta do Castelo»).
(3) Domingos Trebolo foi também questionado na inquirição do lugar de Ermesinde, da freguesia de São Lourenço de Asmes, onde declarou ter conhecimento de várias terras reguengas das redondezas por ter sido Mordomo do Rei (cobrador de impostos) na Terra da Maia.
Inquirições de D. Dinis (1307)
Item freguesia de Santa Maria de Águas Santas, há aí um couto de Águas Santas. E não há aí Juíz mais va ao Julgado da Maia. Fique como está.
(extraído do Livro 1 de Inquirições de Além-Douro da Leitura Nova, fl 49)