Paróquia de Santa Maria de Águas Santas
Aldeias de Pedrouços e São Gemil
Inquirições de D. Afonso III (1258)
Aqui começa a inquirição da aldeia chamada de Pedrouços e dos paroquianos do Mosteiro de Águas Santas. (1)
Mendo Pedrouços, jurado e questionado de quantos casais havia naquela aldeia, disse que dezanove casais e que eram todos do Mosteiro de Águas Santas. Interrogado de onde e de que época os tinham, disse que não sabia. Quando perguntado se pagavam ali algum foro ao Senhor Rei, disse que não. Interrogado se o Senhor Rei tinha ali algum Reguengo, disse que não. Interrogado se entrava lá o Mordomo, (2) disse que entrava lá por três queixas, e que sempre foram defendidas até hoje pelo privilégio de Águas Santas sobre todos os outros foros reais.
E disse que em outro lugar que se chama São Gemil havia onze casais e que eram todos de Águas Santas e fazem outro foro como o dos referidos casais de Pedrouços. Interrogado de onde o Mosteiro tinha obtido aqueles casais, disse que não sabia.
Lourenço Martins, Soeiro Martins, Domingos Anes, Paio Anes, todos disseram e fizeram o referido testemunho, palavra por palavra, cada um por si em segredo como o primeiro.
(traduzido a partir do latim original do Portugaliae Monumenta Historica – Inquisitiones, fl 504)
(1) as aldeias aqui referidas correspondem, grosso modo, à actual freguesia de Pedrouços (desmembrada da de Águas Santas em 1985). No entanto, os actuais limites da freguesia de Pedrouços privilegiam acidentes geográficos modernos que não existiam nos tempos medievais, a norte, a linha ferroviária de cintura e, a sul, a estrada da circunvalação. Os terrenos da aldeia de Pedrouços a sul da estrada da circunvalação transitaram da freguesia de Águas Santas para a de Paranhos, por Decreto Real de 21.11.1895 (Diário do Governo de 25.11.1895).
(2) cobrador de impostos.