Paróquia de Santa Maria de Águas Santas

Aldeia de Parada

Inquirições de D. Afonso III (1258)

Aqui começa a inquirição da aldeia chamada de Parada e dos paroquianos do Mosteiro de Águas Santas.

Pedro Pinheiro, do mesmo lugar, jurado e questionado sobre de quem era aquele Mosteiro, disse que pertencia ao Senhor Rei. Ao ser perguntado se o Senhor Rei deveria abdicá-lo, ou se ele o havia abdicado em algum momento, ele disse que nunca tinha visto ou ouvido falar que havia entrado ali Prior sem o mandato do Senhor Rei. Questionado como sabia, ele disse que tinha visto e sofrido; no entanto, ele disse que este Prior não havia entrado ali por mandato do Senhor Rei. Quando perguntado se pagavam ali algum foro ao Senhor Rei, disse que davam a si próprios a terça da colecta e devem prestar serviço a si mesmos como ao seu mestre.

Interrogado de quantos casais há naquela aldeia, disse dezasseis, e são todos de Cavaleiros e de Ordens, excepto um que é de Herdadores e paga foro aos Hospitalários, que por isso é dispensado de todo o foro real. Questionado de onde os Cavaleiros e as Ordens obtiveram aqueles casais, disse que não sabia.

Perguntado se o Senhor Rei tinha lá algum reguengo, disse que não. Interrogado se entrava lá o Mordomo, disse que não. Perguntado porquê, disse que era coutada. Questionado de quem a coutava, disse não sabia e que sempre a vira assim.

Interrogado dos limites daquela aldeia, disse que assim começam os limites: na fonte de D. Froila; e desde aí pelo fim do Monte de Arroio; e desde aí descendo para a presa dos Agrários; e desde aí à Pedra do Palácio do Fundo; e desde aí pelo fim do Vale de Bregal; e desde aí às bilhas de Soutelo; e desde aí à pedra porrinária de Noval; e desde aí à Pedra de Covelo; e desde aí às pedras médias; e desde aí às pedras da Barreira; e desde aí ao Vale Mau; e desde aí à Fonte de Avelã; e entra no Rio Leça; e vai à foz do Avioso; e desde aí vai pelo Ribeiro de Avioso até aos ossos; e desde aí vai ao fim do cômoro; e desde aí às pedras das enseadas; e desde aí à Baixia; e desde aí à «Amiranzi»; e desde aí à fonte de D. Froila, onde primeiro começou. E nós, os referidos investigadores, estabelecemos esses limites por esta razão, porque constatamos com certeza que as pessoas daquele lugar tomaram muito do Regalengo em alguns lugares.

Pedro Anes, Domingos Prior, Martinho Pires, deram testemunho, palavra por palavra, cada um por si em segredo como o primeiro.

(traduzido a partir do latim original do Portugaliae Monumenta Historica – Inquisitiones, fl 504)

Cruzes das Ordens do Santo Sepulcro e dos Hospitalários ou de Malta

Inquirições de D. Dinis (1307)

Item freguesia de Santa Maria de Águas Santas, há aí um couto de Águas Santas. E não há aí Juíz mais va ao Julgado da Maia. Fique como está.

Item há aí outro couto que chamam Parada, por marcos e por divisões, e dizem as testemunhas duvida que foi de Dom Pedro Pais, o alferes. (1) Fique como está.

(extraído do Livro 1 de Inquirições de Além-Douro da Leitura Nova, fl 49)

(1) Pedro Pais da Maia, foi chefe da casa dos da Maia, alferes de D. Afonso Henriques até ao desastre de Badajoz, e pai de João Pires da Maia.

Brasão real de D. Afonso III e D. Dinis